Como escrever uma declaração de Missão

Não há jeito certo ou errado de escrever a declaração de Missão de uma empresa. O importante é que ela ofereça um senso de propósito para a organização.

Conforme afirma Peter Drucker, “Definir a missão de uma empresa é difícil, doloroso e arriscado, mas é só assim que se consegue estabelecer políticas, desenvolver estratégias, concentrar recursos e começar a trabalhar. É só assim que uma empresa pode ser administrada, visando um desempenho ótimo.”

Uma estratégia que costuma funcionar consiste em responder algumas perguntas facilitadoras, visando subsidiar a nossa declaração de Missão. Entre estas perguntas cabe destacar as seguintes:

• O que a empresa deve fazer?
• Para quem deve fazer?
• Para que deve fazer?
• Como deve fazer?
• Onde deve fazer?
• Qual responsabilidade social deve ter?

Muitos especialistas defendem que a declaração da Missão deve ser curta para que seja lembrada, vivenciada e transmitida por todos os envolvidos com o negócio. No fundo, deve servir como um mantra, uma crença que orienta a existência da organização

Características Desejáveis da Declaração de Missão

• Ela deve refletir o propósito de a empresa existir. Sua razão de ser;
• Uma boa definição de missão deve esclarecer o benefício gerado pela empresa para o seu público-alvo;
• Uma boa definição de missão também deve ser inspiradora e desafiadora;
• A Missão deve ter vida longa;
• A Missão deve diferenciar a empresa de outras;
• Ela deve identificar seus principais clientes;
• Ela deve definir a abrangência geográfica na qual a empresa atua;
• A declaração de Missão deve ser, preferencialmente, um texto curto;
• Ela deve utilizar uma linguagem clara e compreensível.

Avaliando sua Declaração de Missão

Após concluir sua declaração de missão, é recomendável avaliar sua qualidade. Esta avaliação é bastante simples e procura, basicamente, examinar se a declaração atende alguns requisitos considerados desejáveis.

Idealmente, esta avaliação deve ser feita, inicialmente, por cada participante do processo e, posteriormente, consolidada, de forma a representar a opinião do grupo de participantes como um todo.

A tabela seguinte ilustra como esta avaliação pode ser feita.

Nos casos em que o Índice de Qualidade da declaração de Missão for inferior a 4,0 é recomendável revisa-la e, se necessário, altera-la, repetindo o processo de avaliação até que o Índice de Qualidade seja superior ao limite mínimo estabelecido.

Requisitos da Declaração de Visão

É importante que a declaração de Visão atenda alguns requisitos básicos, dentre os quais cabe destacar:

1. O horizonte de planejamento deve ser consistente com a capacidade da organização de visualizar o futuro que deseja. Horizontes de planejamento muito grandes (10, 15 ou 20 anos) podem tornar a visão superficial e pouco precisa pela dificuldade natural de imaginar o que poderá acontecer nesse prazo. Talvez um horizonte de planejamento entre 3 e 5 anos seja mais razoável para a maior parte das organizações. No futuro, a empresa terá oportunidade de rever sua visão e alterar o horizonte de planejamento, se for o caso.
2. A declaração de visão deve, preferencialmente, ser bastante abrangente, envolvendo os interesses da maior parte dos “stakeholders”. Se necessário, revise sua declaração de visão, quantas vezes seja necessário, até ter certeza que este requisito foi bem atendido.
3. Ao redigir a declaração de visão, não é preciso se preocupar com o fato de eventualmente não dispor hoje dos recursos necessários (dinheiro, habilidades, tempo, experiência, etc.) para alcançar o futuro desejado. Não permita que uma situação deste tipo lhe induza a retirar do futuro desejado da empresa algo que ela almeja muito.
4. A declaração da visão deve ser realista; isto é, deve levar em consideração aquilo que de fato é viável de alcançar. De nada adianta colocar na sua visão ter o maior “market share” do mercado, por exemplo, se a declaração de Missão estabelece que a empresa atenderá clientes com um perfil muito específico.
5. A declaração de visão deve incorporar alguns indicadores quantitativos específicos, de tal forma que seja possível avaliar, num determinado momento, se a empresa está indo na direção certa e quanto do seu futuro desejado já se transformou em realidade. Em relação a isto, é importante lembrar que só se gerencia aquilo que se mede.

Avaliando sua Declaração de Visão

Após concluir a declaração de Visão, é recomendável avaliar sua qualidade. Esta avaliação é bastante simples e procura, basicamente, examinar se a declaração atende alguns requisitos considerados desejáveis.

Idealmente, esta avaliação deve ser feita, inicialmente, por cada participante do processo e, posteriormente, consolidada, de forma a representar a opinião do grupo de participantes como um todo.

A tabela seguinte ilustra como esta avaliação pode ser feita.

Nos casos em que o Índice de Qualidade da declaração de Visão for inferior a 4,0 é recomendável revisa-la e, se necessário, altera-la, repetindo o processo de avaliação até que o Índice de Qualidade seja superior ao limite mínimo estabelecido.

Ter redigido e avaliado a Visão, após uma profunda reflexão sobre o futuro que a empresa deseja, é certamente uma grande conquista. Só este fato gera uma diferencia em relação à grande maioria das organizações que não tiveram a oportunidade ou interesse em estudar este assunto e que desconhecem a importância deste direcionador estratégico para a sobrevivência, o desenvolvimento e o crescimento empresarial.

Não entanto, é preciso estar plenamente ciente de que só redigir uma boa declaração de visão não é suficiente para tornar o futuro desejado uma realidade. Será necessário muito esforço, dedicação, determinação e disciplina para que isto ocorra.

Além de acreditar no que diz a Visão, devemos também agir de forma a caminhar, passo a passo, rumo ao futuro desejado.

Cabe aqui lembrar uma importante frase de um autor desconhecido, o qual afirma que “Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier”.

Como Definir os Valores

Para definir os Valores siga os seguintes passos:

• Escreva uma lista de princípios fundamentais nos quais a empresa acredita piamente, e dos quais não abre mão sob nenhuma circunstância. Pode se inspirar nos exemplos que foram apresentados, mas não precisa se limitar a eles.
• Redija uma pequena descrição de cada um dos valores que você relacionou.
• Atribua uma nota a cada um dos valores relacionados, de acordo com o grau de importância que você atribui a cada um deles, utilizando a seguinte escala:

Nota 1: Importância Muito Baixa

Nota 2: Importância Baixa

Nota 3: Importância Média

Nota 4: Importância Alta

Nota 5: Importância Muito Alta

• Classifique os valores relacionados, de acordo com a nota atribuída (da maior para a menor).
• Selecione os dez primeiros valores da relação classificada. Eles são aqueles que farão parte dos seus direcionadores estratégicos.

Preferencialmente, utilize uma tabela como a que é apresentada a seguir para definir seus valores.

Avaliando a Declaração de Valores

Após concluir a declaração de Valores, é recomendável avaliar sua qualidade. Esta avaliação é bastante simples e procura, basicamente, examinar se a declaração atende alguns requisitos considerados desejáveis.

Idealmente, esta avaliação deve ser feita, inicialmente, por cada participante do processo e, posteriormente, consolidada, de forma a representar a opinião do grupo de participantes como um todo.

A tabela seguinte ilustra como esta avaliação pode ser feita.

Nos casos em que o Índice de Qualidade da declaração de Valores for inferior a 4,0 é recomendável revisa-la e, se necessário, altera-la, repetindo o processo de avaliação até que o Índice de Qualidade seja superior ao limite mínimo estabelecido.

Vida Útil dos Direcionadores Estratégicos

Embora os direcionadores estratégicos possam sofrer alterações ao longo do tempo, com o intuito de manter sua validade quando as circunstâncias mudam, espera-se que eles sejam bastante estáveis e tenham uma “vida útil” relativamente longa. Daí a importância de refletir suficientemente sobre eles, antes da sua formalização definitiva. É importante lembrar que é sobre eles que se constrói o Plano Estratégico e, portanto, qualquer mudança dos direcionadores estratégicos levará, muito provavelmente, a mudanças no Plano.

Responsabilidade pela Definição de Direcionadores Estratégicos

Normalmente, a responsabilidade pela definição da Missão, da Visão e dos Valores da empresa é de seus fundadores ou proprietários, cabendo a eles também a iniciativa de comunicar, divulgar e fazer cumprir estes direcionadores estratégicos, de forma que diretores, gerentes e empregados pautem sua atuação com base neles.

No entanto, é frequente a participação de outros agentes na definição dos direcionadores estratégicos, tais como Diretores e Gerentes, principalmente em empresas públicas cujo acionista maioritário (o governo) não costuma participar diretamente da gestão da empresa.

Ricardo G. R. Lezana é Engenheiro, Licenciado em Ciências Econômicas e Auditor, formado pela Universidad de Chile, e possui o grau acadêmico de Mestre em Engenharia de Produção, outorgado pela Universidade Federal de Santa Catarina.

É especialista em Planejamento Estratégico,  conforme atesta o selo de  reconhecimento concedido pela Scopi, empresa proprietária de uma das principais plataformas de planejamento estratégico disponíveis no mercado brasileiro, a empresas e profissionais que acreditam e trabalham para fazer o planejamento estratégico crescer no Brasil.

Atualmente é o Sócio-Gerente e Consultor Sênior da Perspectiva Consultores Associados e possui larga experiência como professor, consultor e palestrante.