Uma ferramenta que pode auxiliar na identificação das causas dos desvios verificados no Plano Estratégico Pessoal é o Diagrama de Ishikawa.

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito, ou diagrama Espinha de Peixe, é uma forma gráfica, prática e intuitiva de resolver problemas, achando as causas de um efeito negativo que se quer atenuar ou eliminar. 

O Diagrama foi pensado pelo engenheiro químico japonês Kaoru Ishikawa, em 1943, com o objetivo de criar um método padronizado que ajudasse a resolver problemas de produtividade nas organizações.

A ideia de Kaoru Ishikawa era estabelecer um modelo que pudesse ser utilizado por todos, desde operários a diretores. Mas foi só anos mais tarde que a ferramenta ganhou seu nome.

No processo de Planejamento Estratégico Pessoal é frequente identificar desvios desfavoráveis em relação aos diversos Indicadores Estratégicos que devem ser acompanhados para avaliar os resultados do nosso Plano Estratégico. 

Quando isto ocorre, de nada vai adiantar quebrar a cabeça para atenuar ou eliminar os desvios desfavoráveis verificados sem identificar corretamente por que eles surgiram, quais são suas causas e como saná-las. 

Solucionadas, corrigidas ou eliminadas as causas, automaticamente os efeitos delas, que são os desvios desfavoráveis verificados, serão atenuados ou eliminados.

Usando o Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa pode ser usado para mais do que simplesmente atenuar ou eliminar os desvios que você já detectou no seu Plano Estratégico. Esse diagrama é muito usado também na busca de melhoria de processos, fazendo com que as coisas funcionem ainda melhor.

Independente do seu objetivo, a maneira de usar o Diagrama criado por Ishikawa é o mesmo. Nessa metodologia, as causas que geram os efeitos negativos (os desvios desfavoráveis) são divididas em diversos tipos, de acordo com sua natureza.

Adaptando o conceito original do Diagrama de Ishikawa, para o contexto do Planejamento Estratégico Pessoal, os desvios podem ser gerados por uma ou mais das seguintes causas principais:

• Método;
• Previsões;
• Recursos;
• Dedicação;
• Ambiente Externo;
• Indicador

Método: É possível que alguma das etapas e atividades necessárias para alcançar um objetivo estratégico específico não tenha sido considerada ao fazer o plano de ação, ou, se consideradas, podem não estar sendo executadas da melhor maneira possível.

Previsões:  Qualquer plano envolve uma série de previsões. Assim, é possível que algumas delas tenham sido superestimadas ou subestimadas, o que, por sua vez, poderia explicar, pelo menos em parte, o desvio desfavorável verificado.

Recursos: A maior parte dos objetivos formulados implica na alocação de recursos para que eles sejam alcançados, incluindo: recursos financeiros, recursos de infraestrutura, aquisição de equipamentos (uma bicicleta ergométrica para fazer exercícios, por exemplo), livros, etc. Pode acontecer que, em alguns casos, esses recursos sejam insuficientes para alcançar o objetivo pretendido.

Dedicação: Este grupo de causas é muito frequente e envolve a atenção que você dá à execução do Plano de Ação que o levará a alcançar um determinado objetivo. Neste grupo são consideradas causas como: a procrastinação, a falta de resiliência e a pouca perseverança, etc.

Ambiente Externo: Também existem as causas externas que podem justificar, em todo ou em parte, algum desvio verificado no nosso plano, sendo que, neste caso, por se tratar de causas cuja origem é externa, elas não estão diretamente sob nosso controle. Isto, porém, não significa que, necessariamente, não possam ser adotadas algumas providências para mitigá-las.

Indicador:  Este último grupo de causas abriga aquelas ligadas ao próprio indicador utilizado para avaliar os resultados aferidos. Pode ocorrer que o indicador escolhido não seja o mais adequado ou que a frequência de apuração deva ser alterada ou, ainda, que o prazo transcorrido desde o dia em que ele começou a ser apurado não seja suficiente para alcançar a estabilidade necessária do indicador.

Um Exemplo

Vamos exemplificar agora como o Diagrama de Ishikawa funciona na prática no contexto do Planejamento Estratégico Pessoal e como ele pode nos ajudar a identificar, avaliar e priorizar as causas de um desvio desfavorável identificado para, a partir disto, adotar as providências necessárias para diminuir o eliminar tal desvio, de forma a garantir que nosso objetivo seja alcançado.

Para exemplificar a utilização do Diagrama de Ishikawa vamos considerar que o indicador estratégico “Retirada Média Mensal”, vinculado ao objetivo de abrir uma franquia de aluguel de malas, tinha uma previsão de R$ 1.500 por mês. Porém, foi constatado que seu valor real foi de R$ 1.200 por mês. 

A figura seguinte apresenta um exemplo do Diagrama de Ishikawa aplicado à análise das causas deste desvio.

Agora que já identificamos as causas do desvio, podemos atribuir uma nota de 0 a 10 para o impacto que cada causa gera no desvio, de acordo com a seguinte especificação:

Imaginemos que as notas atribuídas às causas apontadas no Diagrama de Ishikawa sejam as seguintes: ,

As imagens seguintes permitem visualizar a análise gráfica dos resultados obtidos.

Agora que você já identificou e avaliou as causas que provocaram o desvio verificado, resta apenas definir as providências que devem ser tomadas para atenuar ou eliminar o desvio, conforme ilustra a tabela seguinte.