Como afirmamos em um post anterior, a importância do processo de escolha, formação, aperfeiçoamento e desenvolvimento de gerentes, e a influência da qualidade gerencial no sucesso das organizações são conceitos facilmente compreensíveis para homens de negócios, dirigentes empresariais, gerentes e funcionários. Afinal, grande parte das decisões que afetam a organização, no curto, médio e longo prazo, é tomada por um grupo relativamente pequeno de empregados que ocupam as chamadas funções de confiança, os quais compõem um seleto grupo denominado corpo gerencial.

Por outro lado, este mesmo grupo de empregados detém a responsabilidade de supervisionar o trabalho de outras pessoas, coordenando esforços e conciliando interesses, de tal forma que sejam cumpridos os objetivos empresariais, da melhor forma possível.

Assim, torna-se óbvio concluir a respeito da importância de contar com gerentes altamente capacitados e com perfis adequados para exercerem as diversas funções gerenciais, dado que isto trará significativos benefícios para a organização, tanto no que se refere à obtenção dos resultados que a empresa espera, quanto no que diz respeito à criação e manutenção de um ambiente de trabalho sadio, no qual os empregados se sintam motivados a colaborar para o cumprimento dos objetivos e metas empresariais.

No entanto, a qualidade gerencial não é um atributo automático ou que possa ser obtido facilmente. Pelo contrário, é preciso um esforço sério, profissional, perseverante e de longo prazo para atingir níveis adequados de qualidade gerencial numa organização.

Assim, é possível concluir que a importância da qualidade gerencial para uma organização é uma questão óbvia, e de fato o é.

No entanto, e apesar disso, muitas empresas ainda apresentam significativas carências e deficiências quando se trata de selecionar, formar, desenvolver e avaliar seus gerentes, o que as impede de apresentar níveis adequados de qualidade gerencial.

Há inúmeras causas que podem gerar estas carências e deficiências. Muitas delas podem ser facilmente eliminadas, atenuadas ou contornadas. Outras, porém, requerem uma ação mais enérgica e corajosa por parte dos dirigentes empresariais para serem eliminadas.

Este post apresenta, especificamente, alguns comentários sobre aqueles obstáculos para a obtenção de níveis satisfatórios de qualidade gerencial que, na nossa opinião, são os mais relevantes. 

Este conteúdo se destina, principalmente, a diretores, gestores e profissionais de empresas e instituições interessadas em implantar ou aperfeiçoar um Programa de Gestão da Qualidade Gerencial nas suas organizações.

Adicionalmente, ele também pode ser útil para consultores na área de gestão de Recursos Humanos, bem como para outros profissionais e estudantes universitários interessados nesta área.

Principais Obstáculos

Dentre as causas que geram dificuldades ou obstáculos ao Sistema de Qualidade Gerencial, comprometendo em consequência os resultados que podem dele se esperar, há algumas que merecem um destaque especial em função da grande influência negativa que elas podem exercer sobre este sistema, ao ponto de determinar o seu sucesso ou fracasso.

Na sequência, é apresentada uma descrição sumária de cada uma delas.

Falta de Vontade Política

A principal delas é a falta de vontade política dos dirigentes, principalmente no caso de empresas públicas. 

O Sistema de Qualidade Gerencial profissionaliza a função gerencial, evitando e neutralizando inúmeras e frequentes influências, internas e externas, contrárias aos interesses da organização. Isto às vezes contraria determinados interesses pessoais e é preciso muita vontade política, muita determinação e muita coragem para mudar esta situação.

Falta de Credibilidade

Um outro grande obstáculo é a falta de credibilidade em relação a este tipo de iniciativa, em função de experiências passadas mal sucedidas, ou em razão de práticas empresariais nocivas no que se refere aos diversos aspectos relacionados com o Sistema de Qualidade Gerencial. 

Neste caso, a solução é investir e acreditar no Sistema, tendo a paciência suficiente para esperar que os primeiros resultados e produtos por ele gerados revertam o processo, dado que eles constituem provas concretas e indiscutíveis de que as coisas estão efetivamente mudando e de que a empresa está firmemente empenhada em profissionalizar os quadros gerenciais.

Visão Inadequada

Um terceiro obstáculo significativo diz respeito à falta de uma visão adequada em relação ao alcance de um Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial. 

Conforme foi anteriormente afirmado, a qualidade gerencial não é um atributo automático ou que possa ser obtido facilmente. Pelo contrário, é preciso um esforço sério, profissional, perseverante e de longo prazo para atingir níveis adequados de qualidade gerencial numa organização. 

Portanto, é necessário compreender a amplitude do Sistema, a fim de poder investir em todos os aspectos que determinam ou influenciam a qualidade gerencial. 

É indispensável que as etapas do processo de desenvolvimento e implantação obedeçam a uma sequência lógica, e é fundamental ter plena consciência de que alguns resultados e produtos do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial só se tornarão viáveis no médio e longo prazos.

Perfil Inadequado da Equipe Responsável pela Gestão da Qualidade Gerencial

O último obstáculo potencial significativo pode estar relacionado com a equipe de Qualidade Gerencial. 

Considerando a amplitude do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial, a clientela à qual ele se destina e a importância que ele tem para a organização, é fundamental que a equipe responsável pelo desenvolvimento, implantação e operacionalização do Sistema atenda a um perfil mínimo, no que se refere a qualificação e experiência. Este fator tem uma enorme influência no sucesso do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial.