O Perfil Gerencial Real

11 de agosto de 2022 - Gestão de Recursos Humanos, Qualidade Gerencial

Gerente feminina asiática trabalhando em projeto usando laptop de computador - Perfil Gerencial Real

Assim como o Perfil Gerencial Desejado trata dos requisitos e características que o ocupante de uma função gerencial específica deve satisfazer, a critério da organização, para desempenhar com sucesso a referida função, o Perfil Gerencial Real trata das competências e características que o gerente efetivamente possui. A diferença entre eles determina o campo de atuação principal do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial, dado que minimizar esta diferença constitui sua finalidade principal e permanente. 

O perfil gerencial real, portanto, é o segundo elemento de uma comparação fundamental, cujo resultado determina a necessidade e justifica a existência do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial.

Uma diferença importante entre o perfil desejado e o perfil real é que, via de regra, a obtenção deste último é muito mais simples e rápida, dado que grande parte das informações que o compõem estão disponíveis em fichas cadastrais e funcionais e numa série de pequenos bancos de dados que atendem a diversas finalidades e órgãos da empresa.

Mesmo antes do momento em que o empregado é admitido na empresa, começam a ser registradas diversas informações cadastrais a seu respeito, tais como: dados de identificação, escolaridade, experiência anterior, etc.

Se o candidato a emprego for submetido a testes de seleção, novas informações são registradas, tais como: aptidões e características de personalidade, resultados dos testes e da entrevista de seleção, resultados de exames médios pré-admissionais, etc.

Se o empregado for admitido, a empresa se obriga a abrir uma ficha de registro funcional na qual serão cadastradas inúmeras informações durante todo o tempo em que o empregado estiver vinculado à empresa. Dentre estas informações cabe citar, como exemplo: data de admissão, evolução funcional e salarial, promoções, mudanças de lotação, punições, reconhecimentos, etc.

Na medida em que o empregado permanece na empresa, anualmente será submetido a uma bateria de exames periódicos cujos resultados gerarão novas informações a serem registradas.

Se o empregado participa de cursos e atividades de treinamento, tanto internos quanto externos, informações relativas ao diploma ou certificado obtido, à habilitação que ele adquiriu e à data em que isto aconteceu serão também registradas.

Desta forma, fica claro que a maior parte das informações necessárias para compor o perfil gerencial real estão normalmente disponíveis, embora com frequência de forma dispersa.

O objetivo deste post, portanto, é discutir, principalmente, alguns aspectos que visam organizar e sistematizar estas informações para atender necessidades específicas do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial.

Composição do Perfil Gerencial Real

As informações relativas às características e atributos que fazem parte do Perfil Gerencial Real, devem ser agrupadas em categorias préestabelecidas a fim de facilitar seu registro e utilização.

Na sequência, é apresentada uma descrição sumária de cada uma delas.

Identificação do Gerente

O primeiro grupo de informações é composto por dados cadastrais que visam uma adequada identificação do gerente. Dentre estas informações cabe destacar, a título de exemplo, nome completo, data de nascimento, nacionalidade e naturalidade, filiação, estado civil, sexo, matrícula, etc.

Histórico Funcional e Salarial

Um segundo grupo de informações refere-se ao histórico funcional e salarial do gerente na empresa, desde a data de admissão. Este grupo deve incluir, dentre outras, informações a respeito da data de admissão, cargos e funções ocupados com indicação das datas de início e fim, evolução salarial identificando datas e motivos das promoções recebidas, mudanças de lotação assinalando as datas em que tais mudanças aconteceram, etc. É importante lembrar que, embora estas informações visem compor o perfil real do gerente, os dados relativos à sua evolução funcional e salarial devem abranger os cargos e funções não gerenciais exercidos na empresa.

Experiência Profissional

Outro grupo de informações refere-se à experiência profissional do gerente em outras empresas. Este grupo deve incluir, dentre outras, informações a respeito das empresas nas quais exerceu atividades, com indicação do período que nelas permaneceu, cargos, funções e atividades desempenhadas em cada uma delas, motivos que determinaram a saída de cada empresa, etc. 

É importante conhecer também outras atividades, funções e cargos, não profissionais, que o gerente tenha exercido ou exerça e que façam parte do seu curriculum, como por exemplo participação em clubes de serviço, entidades sociais e filantrópicas, organizações esportivas, etc.

Formação Acadêmica

Um quarto grupo de informações diz respeito ao nível e tipo de formação acadêmica que o gerente possui, incluindo cursos formais de graduação e pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado), com identificação das entidades de ensino, das datas de início e conclusão de cada curso, das habilitações e especializações que obteve, do número e data do registro nos conselhos profissionais, etc.

Treinamento e Desenvolvimento

Outro grupo de informações refere-se à participação do gerente em congressos, seminários, cursos e outras atividades de treinamento. Estas informações devem permitir identificar o assunto objeto do treinamento, as entidades que patrocinaram o evento, o período de realização, a carga horária e os resultados obtidos, se for o caso.

Estágios Profissionais e Visitas Técnicas

Este grupo deve incluir informações referentes aos estágios profissionais e visitas técnicas realizadas pelo gerente, identificando o objetivo, a empresa ou entidade na qual foi realizado, a duração e a época em que ele ocorreu.

Projetos e Grupos de Trabalho

Devem ser incluídas também informações a respeito da participação do gerente em projetos específicos, grupos de trabalho, comissões e comitês, indicando o assunto, o período, a duração e o papel que ele desempenhou no grupo.

Informações Adicionais

Adicionalmente, outras informações complementares podem compor o Perfil Gerencial Real, tais como:

  • Atividade docente do gerente, identificando a entidade de ensino na qual leciona, o curso e disciplinas que ministra ou que ministrou e o período;
  • Publicações de autoria do gerente, tais como: monografias, teses, artigos, livros, etc.;
  • Tempo de contribuição à previdência oficial;
  • Proficiência do gerente em idiomas estrangeiros, especificando se ela se refere à leitura, escrita e/ou fluência verbal;
  • Resultados de avaliações psicológicas a que o gerente tenha se submetido, tanto no momento da admissão na empresa, quanto posteriormente;
  • Informações de natureza médica obtidas nos exames pré-admissionais e periódicos a que o gerente se submete durante sua vida funcional.

Estes grupos de dados cadastrais não esgotam as informações que podem ou devem ser incluídas na composição do Perfil Gerencial Real, mas são aquelas que serão utilizadas com maior frequência.

Finalmente, é importante lembrar que quanto mais completo for o Perfil Gerencial Real, mais fácil e precisa será a identificação das diferenças em relação ao Perfil Gerencial Desejado e, portanto, mais efetiva será também a atuação do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial no sentido de minimizar ou eliminar estas diferenças.

Definição da População Alvo

Não cabe dúvida de que o primeiro grupo de empregados para os quais deve ser elaborado o perfil real são os gerentes atuais, dado que eles constituem a clientela preferencial ou prioritária do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial. Porém, não é aconselhável limitar a aplicação deste instrumento apenas a eles. Pelo contrário, é conveniente que sejam incluídos também os ex-gerentes que permanecem na empresa exercendo atividades de natureza técnica, e os gerentes potenciais incluídos aqui, pelo menos, parte dos funcionários de nível superior que nunca exerceram funções gerenciais.

Esta providência é necessária porque o Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial deve começar a atuar muito antes de que um empregado seja designado para exercer uma determinada função gerencial.

Se a empresa precisa, ou vai precisar no futuro, de um empregado para ocupar uma função gerencial específica, ela irá procurá-lo primeiro internamente considerando seu atual quadro de gerentes, seu quadro de ex-gerentes e seu quadro de gerentes potenciais.

Os requisitos e características que o novo gerente deve preencher foram estabelecidos ao definir o Perfil Gerencial Desejado da função a ser exercida. Os atributos e características reais do candidato a gerente, a empresa irá pesquisar no Perfil Gerencial Real. Daí a importância de incluir os gerentes potenciais e ex-gerentes como clientes do Sistema de Gestão da Qualidade Gerencial.

Uma vez selecionado o gerente potencial, será iniciado o trabalho de formação e preparação deste gerente com base nas diferenças dos perfis desejado e real. Esta é mais uma razão que justifica incluir os ex-gerentes e gerentes potenciais quando da elaboração do Perfil Gerencial Real.

Nada impede que a elaboração deste perfil seja estendida a outras categorias profissionais, além dos gerentes, ex-gerentes e gerentes potenciais. Contudo, é conveniente que esta amplitude seja definida com base em alguma variável que, a critério da organização, seja determinante para que um empregado possa, ou não, ter chance de poder ser cogitado para ocupar uma função gerencial. Algumas empresas estabelecem como fator determinante ter escolaridade a nível de terceiro grau, porém este critério não deve ser generalizado nem aplicado indiscriminadamente.

Por outro lado, quando maior for a população a ser abrangida, maior será o volume de informações cadastrais e, em consequência, mais poderosos deverão ser os mecanismos utilizados para processar e recuperar estas informações. Assim, cada empresa deve procurar estabelecer o ponto de equilíbrio que mais se adeque às suas necessidades para definir a população alvo do Perfil Gerencial Real.

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E lembre-se…. “Como gerente você é pago para estar desconfortável. Se você está confortável, é um sinal seguro de que você está fazendo as coisas erradas”. (Peter Drucker).

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A importância do processo de escolha, formação, aperfeiçoamento e desenvolvimento de gerentes, e a influência da qualidade gerencial no sucesso das organizações são conceitos facilmente compreensíveis para homens de negócios, dirigentes empresariais, gerentes e funcionários. Afinal, grande parte das decisões que afetam a organização, no curto, médio e longo prazo, é tomada por um grupo relativamente pequeno de empregados que ocupam as chamadas funções gerenciais ou de confiança, os quais compõem um seleto grupo denominado corpo gerencial. Por outro lado, este mesmo grupo de empregados detém a responsabilidade de supervisionar o trabalho de outras pessoas, coordenando esforços e conciliando interesses, de tal forma que sejam cumpridos os objetivos empresariais, da melhor forma possível.

Assim, torna-se evidente concluir a respeito da importância de contar com gerentes altamente capacitados e com perfis adequados para exercerem as diversas funções gerenciais, dado que isto trará significativos benefícios para a organização, tanto no que se refere à obtenção dos resultados que a empresa espera, quanto no que diz respeito à criação e manutenção de um ambiente de trabalho sadio, no qual os empregados se sintam motivados a colaborar para o cumprimento dos objetivos e metas empresariais.

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